A viagem de Lula à Rússia e China mobilizou uma comitiva com mais de 120 integrantes, incluindo ministros, parlamentares, técnicos e assessores. Até agora, o governo federal não divulgou os custos totais da missão internacional, o que gerou questionamentos sobre a falta de transparência.
A agenda internacional teve início em 6 de maio, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas celebrações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, em Moscou. O evento, realizado ao lado do presidente Vladimir Putin, gerou críticas internacionais devido ao contexto da guerra na Ucrânia.
Na segunda etapa, Lula foi à China e se reuniu com o presidente Xi Jinping. Durante a visita, firmou acordos nas áreas de biotecnologia, energia e infraestrutura, e participou de fóruns econômicos com empresários. A primeira-dama, Janja da Silva, também esteve presente e causou desconforto diplomático ao criticar, diante de Xi, o impacto do TikTok — fato posteriormente confirmado por Lula.
A comitiva contou com 27 servidores da Secretaria de Comunicação Social (Secom), 19 da Casa Civil, equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). Uma lista parcial com 26 integrantes presentes em Pequim foi publicada no Diário Oficial da União em 15 de maio.
Apesar dos anúncios de investimentos bilaterais que somam R$ 27 bilhões, como a parceria entre Eurofarma e Sinovac, a ausência de prestação de contas detalhada sobre os gastos da viagem gerou críticas. Até o momento, o sistema Siga Brasil indica apenas R$ 122 mil pagos em diárias a oito servidores, sem detalhamento completo.
A Secom afirmou que parte dos dados está sob sigilo temporário, por questões de segurança, conforme o Decreto nº 7.724/2012. A Presidência informou que divulgará os custos posteriormente, sem data definida.
Os principais gastos ficaram sob responsabilidade do Itamaraty, enquanto despesas adicionais — como taxas aeroportuárias e serviços de solo — serão custeadas pela Presidência da República.