Caso foi registrado no Paraná e representa mudança de status sanitário do país; autoridades e especialistas monitoram riscos à produção e ao comércio internacional
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta semana, o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, localizado no município de Serafina Corrêa, no interior do Paraná. A detecção do vírus H5N1 em um plantel de postura comercial marca uma nova fase no combate à doença, que até então se restringia a aves silvestres e de subsistência.
Segundo o governo federal, todas as medidas de contenção foram adotadas imediatamente, incluindo o isolamento da propriedade, abate sanitário dos animais e investigação epidemiológica na região. O caso já foi notificado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o que pode alterar o status sanitário do Brasil no comércio internacional de produtos avícolas.
Risco ao consumo e impactos econômicos
As autoridades reforçam que não há risco ao consumo de carne de frango ou ovos, pois a gripe aviária não é transmitida por meio de alimentos devidamente preparados. Ainda assim, o registro em granja comercial pode impactar exportações, especialmente de países que adotam barreiras sanitárias mais rígidas.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com embarques que superaram 5 milhões de toneladas em 2024. O setor produtivo teme embargos temporários de alguns mercados e aumento da vigilância sanitária nos embarques.
Repercussão no setor avícola
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e entidades da avicultura manifestaram preocupação com os reflexos do caso e destacaram a importância da rápida resposta das autoridades. Técnicos e vigilância sanitária estão mobilizados em diversos estados para reforçar protocolos de biosseguridade nas granjas.
“É um episódio isolado, mas que requer máxima atenção. Precisamos preservar a confiança internacional no nosso sistema de controle sanitário”, afirmou um representante da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Monitoramento nacional
O Mapa e as secretarias estaduais intensificaram o monitoramento em granjas comerciais e em aves silvestres. A recomendação é que produtores redobrem as medidas preventivas, como controle de acesso às instalações, higienização e vedação adequada de galpões.
A população também pode colaborar, evitando contato com aves doentes ou mortas e notificando casos suspeitos às autoridades locais de defesa agropecuária.